Artista: Nestor Varela


Data: 02 a 31 de Outubro| 2023
Local: Salão de Exposição da FIC
Visitação: Segunda a Sexta das 8h às 21h


A Fundação Indailense de Cultura recebe a quarta exposição resultante do Edital 001/20223 – Prêmio de Ocupação do Espaço do Salão De Exposições da FIC 2023.


Nestor Varela, é como se a câmera guardasse um segredo de imagens suspensas através dos anos…

Na casa dos meus pais, as fotografias e álbuns eram guardados em uma mala antiga, de uma cor entre o bordô e o vinho, estampada com pequenas flores meio desgastadas no interior e com dois fechos de metal que nunca fechavam muito bem. A mala era guardada embaixo da gaveta do guarda-roupa do meu quarto, entre o vão da gaveta e o chão. Lá ficavam as fotografias, acomodadas no escuro e em meio à poeira. para se ver as fotos, era necessário tirar a gaveta e resgatar a mala de seu esconderijo. Hoje, a mala fica dentro do meu guarda-roupa – à 362 km de distância daquela gaveta e daquele chão –, mas não há nenhuma foto dentro dela.

Na segunda gaveta do balcão do meu quarto, três gavetas acima do chão, ficam todos os negativos – 202 tiras, divididas em 25 conjuntos – das fotos que eram guardadas dentro da mala. Na gaveta, também guardo a máquina fotográfica da minha família, uma Yashica 2000n made in Japan, toda feita de plástico, com uma 50mm fixa e apenas quatro opções de fotometria. Dentro desta câmera um filme 35mm esteve guardado por quatorze anos. As imagens capturadas, permaneceram existindo em uma linha entre a realidade e a memória, antes de serem reveladas e ocuparem espaço no mundo palpável. Penso que durante todo esse tempo, era/é como se a câmera guardasse um segredo de imagens suspensas através dos anos.


SOBRE O ARTISTA

Nestor Varela. 1999. sou natural de Lages, SC, terra do Karú. Resido atualmente na cidade portuária de Itajaí, sc. sou artista visual. Graduado em fotografia pela Univali (2020). em minha pesquisa estou sempre no
movimento de pensar em mim, tensiono meus trabalhos a partir do espaço do registro íntimo e pessoal, configurando narrativas entre as fronteiras de ficção e realidade. Investigo temas acerca do corpo, corpo público e privado, corpo e cotidiano e corpo e memória. Tenho receio de que possa esquecer de tudo, assim minha produção torna-se como um arquivo público de mim mesmo. Utilizo-me de fotografias, performances, processos de escrita e instalações, com desdobramentos em espaços físicos e virtuais. Participei do 2º salão de artes de navegantes (2018) e da exposição coletiva entre ontem e hoje cedo (2021). Realizei a exposição é como se a câmera guardasse um segredo de imagens suspensas através dos anos (2021). Integrei a equipe de produção do 15º Salão Nacional de artes visuais de Itajaí (2021). Participo como membro da câmara setorial de artes visuais do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Itajaí desde 2019.


EXPOSIÇÃO: é como se a câmera guardasse um segredo de imagens suspensas através dos anos